Tendo como interface as despudoradas janelas do Edifício Mirante do Vale, no coração de SP, o filme nos convida a acompanhar uma jornada íntima e vertiginosa do seu reencontro presencial, após um ano de isolamento e interações virtuais.
Como não deixar o corpo e a vontade esmorecerem diante de um horizonte com vista para o caos? Como inventar sentidos para continuar dançando e criando arte diante da intimidação e limitação provocadas pelos acontecimentos recentes?
Em meio ao turbilhão da crise sanitária que estamos vivendo, questões que parecem óbvias nos atravessam: Como este momento afeta nossa visão e perspectiva sobre o fazer artístico na rua, em espaços públicos? Se e quais lógicas implicadas, nesse fazer, serão passíveis de modificação?
Essas são algumas perguntas que impulsionaram o Grupo Grua para a realização deste filme.
Ficha técnica: Performers: Fernando Martins, Henrique Lima, Jerônimo Bittencourt, Jorge Garcia e Vinicius Francês. A partir do roteiro de Roberto Alencar e Willy Helm, com a colaboração do grupo / Cinematografia e finalização: Osmar Zampieri / Trilha sonora original: Fernando Martins / Desenho de luz: Henrique Lima / Figurino: João Pimenta / Cenografia: todos / Imagens aéreas: Ricardo Yamamoto / Registros de memórias virtuais e Radio-guerrilha: Emiliano Manso / Grua direção geral: Jorge Garcia, Osmar Zampieri e Willy Helm / Produção: Corpo Rastreado / Agradecimentos: Ana Teixeira, Andar 43, Charly Osbourne, Felipe Scaldini e Michelle Castro / Frames do vídeo: Osmar Zampieri
Gravado no Edifício Mirante do Vale, Andar 43, março de 2021, seguindo todos os protocolos de segurança da Organização Mundial da Saúde.
O GRUA – Gentleman de Rua é um grupo de artistas que, desde 2002, investiga o encontro entre dança e espaços urbanos em um afinado jogo de improviso entre os intérpretes e os fluxos dos locais onde atuam. Dirigido por Jorge Garcia, Willy Helm e Osmar Zampieri, o grupo traz em seu nome e proposta a relação com a cidade: são homens gentis que atuam em espaço urbano, como observadores acompanhando todos os acontecimentos em seu entorno através de suas ações, criando uma dança torrencial, feita de nexos de conexão com o lugar. Tal qual o equipamento cinematográfico, também chamado grua, permitindo às câmeras de filmagem se deslocarem com agilidade, varrendo a extensão de cenários em sobrevoo, os grueiros se situam nos espaços a partir do refinado jogo de percepção e escuta do grupo alcançam tamanho sinergismo que estruturam um modo de improvisar com características próprias de cooperação, de ocupação e uso dos lugares e de ressignificação dos paradigmas do humano urbano.